Escutei dizer que quando conhecesse o norte sentiria uma magia. Entendi muito bem depois de conhecer Alter do Chão. Não é que a magia me pegou? A energia das águas, a força das árvores, o poder das matas, população e cultura cativante, ahhh o carimbó... que som empulgante, culinária? Dá água na boca, só de pensar. Não é a toa que o jornal britânico The Guardian elegeu Alter do Chão como uma das melhores praias do Brasil, chamando de "Caribe Amazônico"
Alter do Chão é um distrito de Santarém que fica há 38 km do centro, é um lugar desconhecido por muitos e um encanto de lugar. Escolhi ir no mês de outubro, porque entre os meses de agosto a dezembro as águas do Rio Tapajós baixam e surge a famosa Ilha do Amor. Parece cena de filme, uma faixa com areias branquinhas rodeada de águas claras. Atravessava o rio a pé para chegar na ilha, com águas abaixo da canela, uma delicia de lugar.
O que fazer:
A região é muito mais além do que imaginamos, existem diversas praias com areias branquinhas com águas calmas e mornas para se deliciar. O pôr-do-sol é uma atração que merece destaque.
Eu praticamente fiz meus passeios de barco, fechei pacote com o Sr Gerônimo, um senhor muito respeitoso, alegre, prestativo e simpático. Telefone de contato: (93)99240-4666.
Alguns desses passeios podem ser feitos de carro, fica a critério. Coloquei algumas dicas de transfer em como chegar.
Vamos aos detalhes:
Ilha do Amor | O cartão postal da região, um desenho caprichado da Natureza, ótimo para ser apreciado. A Ilha ressurge quando o Rio Tapajós baixa suas águas. Tem serviços de caiaque, stand-up, os bares com uma infra-estrutura para atender os visitantes.
Rio Tapajós | Pra ter noção da imensidão desse Rio, a extensão entre as margens chegam a ser quilômetros. Possui águas claras , mansas e mornas, a maioria das praias que margeiam com areias branquinhas, às vezes dá impressão que está em alguma praia banhada pelo oceano. Seus afluentes, lindos Igarapés, carregados por águas potáveis que desembocam no rio e o que faz firmar essa personalidade de ser intenso. Navegar no rio Tapajós foi um prazer e uma benção. Ver a estrutura das árvores, na época da vazante, percebemos a resistência desses seres e nos encoraja a sermos mais firmes no nosso cotidiano. Lindas praias em sua volta, aquele pôr-do-sol que some em suas águas e que dá vontade de ficar horas admirando, já que as horas passam e o sol se vai, a vontade de repetir a cena é certa. Outra característica notável do rio é dele ser como uma espécie de estrada do Pará. Famílias nômades se deslocando com seus barquinhos por suas águas, suas margens as acolhem e surgem acampamentos com redes nas refrescante sombras das árvores, um estilo de vida bem diferente dos padrões que vimos na cidade grande.
Ponta de Pedra |Uma praia movimentada decoradas com pedras de diversos tamanhos com uma boa infra-estrutura. Pode-se chegar de barco ou de carro.
Ponta do Cururu |praia deserta e paradisíaca, transmite paz e serenidade. Nem preciso dizer que o banho é muito gostoso. Somente visível na época da maré baixa do rio. O acesso é somente pelo rio apesar de carros conseguirem chegar até a margem, pois existe uma lei do Código Municipal Ambiental de 2004 (Lei 17.894) que proíbe o trânsito de veículos motorizados naquela região. A viagem saindo da vila balneária até essa praia leva em torno de 25 minutos.
Praia dos Cajueiros | Em pouco tempo descobri porque do nome da praia, muitos cajueiros regados ao longo da praia. Bem próximo ao centrinho de Alter, fiz o acesso a pé e ali fui apresentada ao lindo pôr-do-sol da região.
Pôr-do-sol na Ponta do Muretá | Encantador! Lindo! Fascinante! Parada obrigatória! Qualquer elogio é pouco para esse cenário. Praia só sua, deserta para contemplação. Ponto privilegiado para assistir o pôr-do-sol. A viagem da vila até essa praia leva em torno de 30 minutos.
Praia de Aramanaí | Bela praia, acolhedora com águas calmas e de areia fofa. No meio dela uma árvore convidativa para relaxar em sua refrescante sombra. Pouco conhecida e visitada, pois fica bastante isolada e distante da pequena cidade de Belterra. Possui alguns restaurantes rústicos na Orla. Um rio com as águas mais refrescantes desemboca na ponta desta praia , lá se encontra o Igarapé do Encantado.
Ponta do Cajutuba | Outra daquelas praias desertas de apaixonar. Amei essa praia não só pela água clara e morna com areias branquinhas, mas principalmente pelas árvores guerreiras que tive o prazer de conhecer. Claro que elas mereceram um abraço. Fiz 2 amigas inesquecíveis.
Praia de Pindobal | Um lugar bem agradável de passar o dia, na comunidade de Belterra. Com boa infra, bom atendimento, ótimo para relaxar.
Floresta Nacional do Tapajós | Fiz o trajeto de barquinho, de Alter até a reserva leva em torno de 3hs. Chegando lá tem 2 opções: Maguary que a caminha leva em torno de 7hs e Jamaraguá que leva em torno de 4hs. Optei pela menor já que não estava preparada para uma trilha de dia inteiro. Em Jamaraguá, dei a sorte grande de conhecer o guia Sergio - tel: (93)991379173. Muito simpático, extrovertido e cuidadoso. Além disso é entendido em medicina, gastronomia, estética e engenharia, ao longo da trilha tive uma senhora aula sobre os recursos na floresta.
Igarapé da Terra Preta | Esse lugar foi amor a primeira vista, imperdível! Depois da caminha na Flona do Tapajós, recomendadíssimo dar um mergulho nesse cristalino Igarapé, trilha curta e de fácil acesso. Água cristalina, geladinha, muitos peixes, não dá vontade de ir embora. O guia Sergio além de ter me levado para conhecer esse cantinho fantástico da Natureza, ainda me levou dar fazer um passeio de canoa para dentro do Igarapé. O nome se dá porque ao sair, passa por uma pequena trilha que deixa o pé preto, areia da trilha é escura.
Igarapé da Lagoa Preta | Próximo a Ponta de Pedra, outro lugar com água cristalina que merece atenção. Como a maré do Rio estava baixa, foi necessário fazer uma trilha de 1km para chegar até o Igarapé.
Cachoeira Cavada | Falou em cachoeira, lá fui eu atrás. Há 60 km de Alter, um pequena queda de 4 metros com águas claras e refrescantes dentro um sítio. Possui uma pequena infra-estrutura com restaurante e até suíte para quem quiser ficar. Com uma trilha de 300 metros, descida pouco ingrime, chão de argila e uns poços aos redor. Fui muito bem atendida e conduzida pelo gerente Romarinho Almeida, valeu muito a visita. Telefone de contato (93)99218-2818. Fechei com serviço de transfer de Alter até a Cavada. Contatos no item como chegar.
Noite em Alter | A noite em Alter também merece atenção, a dança e a melodia do carimbó, fazem qualquer um remexer. Tive o prazer de conhecer Seu Osmarino, cantor e compositor de uma banda local que tocou algumas noites na praça principal, praça 7 de setembro. A banda é ótima, vale a pena conferir o swing paraense. Também se destacaram a dançarina Sandra e seu namorado, envolveram a plateia com a bela dança.
O Espaço Alter merece uma visita, ótimos drinks, shows com música muito boa e um publico animado. Praticamente a cidade toda vai lá conferir. As bebidas são servidas na cuia, amei a experiência. O espaço durante o dia é aberto para os apreciadores de uma boa comida.
Artesanato | Na região tem ótimos artesanatos, sair de Alter sem uma visitinha nas lojas locais, não seria uma viagem completa. Muitos artigos indígenas e caboclos interessantes.
Quando ir:
A melhor época é entre os meses de agosto a dezembro, pois é quando a maré do Rio Tapajós esta baixa.
Onde comer:
A culinária do Pará é fantástica, não pode deixar de apreciar os ótimos peixes de Rio que é farto na região. Pirarucu, Tucunaré, Tambaqui, Surubim, charutinho (lembra um pouco a manjubinha), experimente todos que puder.
Restaurante Farol da Ilha | Cada refeição melhor que a outra e ótima localização, do lado da praça 7 de setembro, praça principal da cidade e com vista para Ilha do Amor. Experimentei 2 pratos ótimos. Indico o peixe assado na folha de bananeira recheado com farofa de camarão e banana da terra.